Quando se anda um pouco perdido em matéria de conhecimento ou estruturação de pensamento, como vem acontecendo com as guerras geopolíticas e de conflitos religiosos que andam a abalar os nossos dias, surge por vezes um líder de opinião ou um pedagogo que diz, perentório: Leiam os clássicos! Um convite a relembrar ideias ou temas sobre os quais já se refletiu. Os clássicos são os livros que se releem, os outros leem-se e ficam lidos. Um clássico mostra-nos como certos comportamentos e atitudes são cíclicos.
Na restauração tem-se aberto um espaço para essas releituras, entre tanta agitação cosmopolita, ao se resgatarem pratos modelo que se tornaram referências internacionais, como sugere a lista do Bougain. Sentados com o olhar fenestrado a partir de uma salinha confortável, como vários outros recantos da casa, mergulha-se no jardim frondoso onde sobressaem buganvílias a ilustrarem a esplanada e o bar. Na carta, uma antologia de cozinha clássica internacional com toques hodiernos, desde o intemporal Carpaccio veneziano a um in illo tempore gaspacho desfasado, que se come ‘naquele tempo’ e estação a que chamamos verão.