Mário Ferreira tinha 20 anos quando embarcou no enorme e luxuoso paquete “Vistajford” a bordo do qual trabalharia durante cinco anos. Aqueles tempos ficaram-lhe na memória e perduraram no tempo. Agora, aos 53, o homem que entretanto se tornou armador, parece ter fechado um ciclo que iniciara há duas décadas: aconteceu no momento em que adquiriu o navio de passageiros “Vasco da Gama”, num leilão no Reino Unido”. “Foi emocionante e a realização de um sonho”, admite.
Para Mário Ferreira, presidente da MysticInvest Holding, a compra do “Vasco da Gama” (pertencente à empresa Cruise & Maritime Voyages, que declarou insolvência devido à pandemia de covid-19) foi sobretudo uma questão de oportunidade: com um valor superior a 100 milhões de euros, o navio foi adquirido por 8,5 milhões de euros.
Com 55.877 toneladas, 219 metros de comprimento, 30,8 metros de boca (largura) e 40 metros de altura, o “Vasco da Gama” deu entrada no rio Tejo na manhã de 25 de novembro de 2020, ainda com a bandeira das Bahamas, já o empresário tinha criado uma nova empresa para receber o navio chamada Mystic Ocean. No dia 1 de dezembro de 2020 passou a estar inscrito no Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR), sendo o maior navio de passageiros nacional.
A dimensão do “Vasco da Gama” obrigou o empresário a encontrar um estaleiro com a capacidade necessária para fazer uma intensa reparação; a Lisnave, em Setúbal, era a única solução, tendo em conta que o armador fez questão que fosse em Portugal. Assim, no final de 2020, o “Vasco da Gama” rumou aos estaleiros setubalenses para uma estadia inicial até ao final de março que acabou por se prolongar por seis devido à pandemia e alguns percalços. A remodelação do “Vasco da Gama” viria a ficar um pouco mais cara do que a aquisição: 20 milhões de euros.