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O Éden da Estremadura. Tudo o que precisa para explorar a província espanhola

Acompanhe-nos em duas caminhadas num vale com uma biodiversidade riquíssima e aproveite ainda para conhecer outras joias ali perto

A última cascata do percurso pedestre da Garganta das Nogaleas

O Vale do Jerte fica suficientemente perto de Portugal para, num fim de semana, o podermos visitar. De carro, desde a fronteira das Termas de Monfortinho, demoramos cerca de uma hora; de Elvas, ou de Marvão demoramos o dobro, em qualquer dos casos tempo bem empregue, para quem goste de se embrenhar na natureza em passeios pedestres, para quem goste de rios de águas límpidas, de quedas de água e de bosques autóctones.

O rio Jerte nasce na cabeceira do vale que lhe toma o nome, perto da localidade de Tornavacas e não passa de um modesto fio de água até começar a receber as torrentes de uma dúzia de ribeiros, que cavaram ao longo de milénios as gargantas – passagens estreitas e profundas entre montanhas – que o embelezam e o tornam verdadeiramente especial. É um vale situado aos pés dos 2592 metros da serra de Gredos, que beneficia dos abundantes degelos e de chuvas copiosas, características que moldam o microclima desta zona, berço da certificada ‘Cereza del Jerte’, por muitos considerada a melhor do mundo. Nesta zona, o pico turístico coincide com a floração das cerejeiras na primavera, que pintam de branco os socalcos das altas encostas, dando a impressão de que a neve nos picos em redor se espraia até às bermas do rio cá em baixo. É também nesta estação que os ribeiros engrossam os seus caudais, quando as neves dos cumes começam a derreter e tornam as dezenas de cascatas ainda mais impressionantes. Mas qualquer altura é boa para visitar este vale, que se transfigura quatro vezes por ano, mas que nunca perde o encanto. No verão, os mergulhos que podemos dar nas inumeráveis lagoas de águas translúcidas; no outono, as impressivas cores que pintam a paisagem de tons quentes; no inverno, a presença da neve, que maravilha os miúdos e transforma os adultos de novo em... miúdos.

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