Ouvi falar pela primeira vez no rio Poio em 2014. Enaltecia eu as Fisgas de Ermelo, que tinha acabado de explorar durante o dia, ao dono de um pequeno restaurante em Mondim de Basto, quando Luís Sabido, que jantava numa mesa ao lado, se envolveu na conversa: “Sim senhor, as Fisgas são muito bonitas, mas na minha terra, Ribeira de Pena, Vila Real, tenho igual ou melhor. Conhece o rio Poio? São cascatas atrás de cascatas, lagoas atrás de lagoas. Metem as Fisgas de Ermelo no bolso. Tem de ir lá ver.” Este desafio foi música para os meus ouvidos e obviamente que o resto do jantar decorreu em amena cavaqueira, comigo a tirar notas de todos os pormenores que Luís ia debitando sobre o rio da sua infância.
A oportunidade de explorar esta dica surgiu em 2017, mas o grande objetivo, que era fotografar a cascata Cai d’Alto, falhou. Tentei aceder-lhe subindo o rio, seguindo as indicações de Luís, mas uma parede intransponível no seu leito gorou-me os planos. Fiquei um pouco frustrado, claro, mas não o suficiente para que isso ofuscasse a beleza dos troços que explorei do Poio, um verdadeiro rio de montanha, pejado de cascatas, lagoas e marmitas de gigante.