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Coronavírus

Nobel da Medicina para mRNA: que tecnologia é esta? Porque foi decisiva contra a covid-19? E o que significa para o futuro?

Foi a primeira vez que se usou em larga escala uma molécula feita em laboratório para instruir as células a combater um vírus. A expectativa é que possa ser eficaz para outros vírus, cancros e doenças autoimunes . O Expresso republica este texto de abril de 2021 no dia em que a húngara Katalin Karikó e o norte-americano Drew Weissman foram distinguidos com o Nobel de Medicina por descobertas que permitiram o desenvolvimento de vacinas de mRNA contra a covid
António Pedro Ferreira

Foram precisos apenas 10 meses para que a gigante Pfizer, em associação com a empresa de biotecnologia BioNTech, e a Moderna, outra pequena companhia nascida há pouco mais de 10 anos com o propósito de criar vacinas e terapêuticas exclusivamente com base em moléculas de mRNA (ácido ribonucleico mensageiro), conseguissem dois feitos únicos: desenvolver uma vacina em tempo recorde, no caso contra o novo coronavírus que pôs o mundo em modo pandémico, e usar pela primeira vez, com extrema eficácia e segurança, uma tecnologia baseada na criação destas moléculas em laboratório contendo as instruções para as nossas células combaterem o vírus, sem este ter de ser usado neste processo de imunização.