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Covid-19: O que fazer com a Ómicron? Para já, ter bom senso. “Temos de nos convencer que precisamos de separar o essencial do acessório”

Há um cluster de fatores que podem agravar a situação pandémica em Portugal: a nova variante, o frio e as festas que se aproximam comportam riscos. O Expresso ouviu um professor de Saúde Pública e um matemático da Faculdade de Ciências de Lisboa à procura de contexto e respostas para algumas questões. Os casos vão subir? Sim. São necessárias mais restrições? Provavelmente. E chegaremos a um novo confinamento? “É complexo”. O reforço da vacinação, a testagem, o trabalho em espelho no escritório e, sobretudo, a responsabilidade individual são, para já, as melhores hipóteses que temos de tentar escalar um pico provavelmente inevitável sem regressar a janeiro de 2020

TOLGA AKMEN

Os números da pandemia estão a aumentar e essa é uma tendência que só se vai acentuar. Mas estes números devem ser apenas o começo de uma nova onda pandémica em que se prevê que “o recorde de casos registado em janeiro seja batido pela nova variante”, como o Expresso já tinha noticiado na semana passada.

“Estávamos a chegar ao pico da variante Delta em meados de dezembro e a Ómicron veio-se sobrepor a essa onda epidemiológica. Com isto antevê-se que haja também um ritmo crescente e exponencial do número de casos”, explica o matemático Carlos Antunes.

“Estamos a considerar cenários um pouco otimistas, uma vez que temos uma cobertura vacinal muito superior à de Inglaterra e ligeiramente superior à da Dinamarca [países onde já foram reforçadas medidas restritivas]. Pensamos que isso pode atenuar a medida de propagação da Ómicron. Mesmo assim, num prazo de 15 dias podemos ultrapassar o pico de janeiro (de 2021) quando 16 mil casos foram reportados num dia.”

Face a estes números e previsões, surge a questão das medidas apropriadas a adotar. Este domingo, o antigo diretor de serviços de Informação e Análise da DGS, André Peralta Santos, defendeu no Twitter que “estamos a cometer os mesmos erros do Natal passado” e sublinhou a urgência de tomar medidas não farmacológicas.