Com o jogo Benfica-Sporting à porta, dispararam as tentativas de marcação de testes antigénio nas farmácias, com muitas a revelarem dificuldades em atender todos os pedidos, sobretudo em Lisboa.
“Há efetivamente uma limitação de capacidade para testar toda a população”, tendo em conta as limitações físicas e de meios de muitas farmácias, admite ao Expresso Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias.
Segundo a responsável, “na passada sexta-feira as farmácias aderentes realizaram perto de 30.500 testes antigénio no país inteiro” e é este mais ou menos “o número de capacidade diária atual deste serviço nesta fase de adaptação às novas regras”. O máximo de testes realizados num só dia em Portugal (35.500), aconteceu a 30 de julho de 2021.
Das 2900 farmácias existentes no país, menos de um terço (850) têm protocolo com o Serviço Nacional de Saúde ou com os municípios para realizar estes testes, mas algumas também “se encontram nesta altura com equipas reduzidas devido a férias, assistência à família ou isolamento profilático”.
Para Ema Paulino, “o valor pago pelo SNS não é suficiente para aumentar a capacidade de atendimento, reforçando equipas ou colocando tendas ou contentores no espaço público”. O SNS paga 10 euros por teste gratuito para os utentes, enquanto o município de Lisboa paga 15 euros, o que segundo a presidente da ANF, é um valor mais razoável para fazer investimentos.
O SNS permite que cada cidadão faça gratuitamente quatro testes antigénio por mês e em Lisboa não há limite para os testes gratuitos. Contudo, alerta Ema Paulino, “é preciso sensibilizar os munícipes para serem facilitadores, não marcando testes antigénio quando não precisam realmente deles e podem recorrer a testes rápidos feitos em casa, e que desmarquem os testes aos quais não vão comparecer, para dar lugar a outros”. Estes autotestes estão a ser "distribuídos em rateio nas farmácias” e, até ontem, “havia stock nos fornecedores”.