Ainda nem um ano passou desde que a primeira vacina contra a covid-19 foi administrada, mas na comunidade científica já se trabalha há muito tempo numa nova e melhorada geração de imunizantes. “O que está em causa quando falamos numa segunda geração de medicamentos ou vacinas é uma solução que seja substancialmente melhor do que a solução já existente que esteja em uso”, explica Miguel Castanho, investigador do Instituto de Medicina Molecular (iMM).
Assim, enquanto as vacinas atuais provaram ser eficazes na prevenção de formas graves da doença, reduzindo assim a mortalidade e evitando a sobrecarga do sistema de saúde com as hospitalizações, a nova geração surge para dar respostas a várias fragilidades desta geração que foram entretanto identificadas.
“O grande calcanhar de Aquiles das vacinas atuais, e onde se espera uma grande melhoria porque é também onde existe mais margem para isso, é a nível do bloqueio da infecção logo nos estágios precoces”, explica o professor catedrático da Universidade de Lisboa. O objetivo será que quando os vacinados entram em contacto com o vírus tenham “uma reação muito atempada do sistema imunitário e não cheguem a ficar doentes” ou pelo menos não tenham uma “infeção em larga escala”. Com esta melhoria, a vacina seria eficaz a prevenir a transmissão - aspeto no qual as atuais ficaram aquém do esperado.