Os Estados Unidos já começaram a vacinar as crianças dos 5 aos 11 anos. Do outro lado do Atlântico, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ainda está a avaliar a administração do fármaco da Pfizer e, entretanto, também o da Moderna, para as crianças dos 6 aos 11. As decisões são esperadas dentro de poucos meses, de acordo com a própria EMA.
Como tem acontecido até agora, Portugal aguarda o parecer dos órgãos reguladores para depois tomar uma posição. Numa resposta ao Expresso, a Direção-Geral da Saúde diz que “tem adotado as boas práticas adotadas internacionalmente e definidas pelos reguladores – Agência Europeia de Medicamentos e Infarmed”. “No que respeita à vacinação de crianças, serão seguidas as mesmas metodologias, em que a Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19 emitirá o seu parecer com base na melhor evidência disponível e, obviamente, desde que os ensaios clínicos recebam dela um parecer favorável”, adianta a DGS.
Porém, a inoculação dos mais novos continua a dividir a comunidade científica. “Como a vacina ainda não está aprovada para esta faixa etária na Europa, é prematuro estar a ter esta discussão em Portugal”, considera Francisco Abecasis. Ainda assim, o pediatra e intensivista abre o debate e questiona o sentido de inocular este grupo: o benefício direto é ainda menor do que nos adolescentes dos 12 aos 15, porque quanto mais novas são as crianças menos risco têm de desenvolver doença grave, afirma.