Coronavírus

Sintomas de covid-19 prolongada aliviam após a vacinação, revela inquérito

As vacinas contra a covid-19 tendem a aliviar os sintomas da doença prolongada, de acordo com um inquérito realizado a mais de 800 pessoas e que destaca os benefícios dos imunizantes

ANDREAS GEBERT/REUTERS

Mais de metade (56,7%) das pessoas com sintomas prolongados da covid-19 dizem ter melhorado depois de serem inoculadas. Os resultados são de um inquérito realizado pelo grupo LongCovidSOS em conjunto com a Universidade de Exeter e a Universidade de Kent, no Reino Unido, para perceber de que forma as pessoas com sintomas prolongados do novo coronavírus, mesmo após recuperarem da infeção, reagem às vacinas.

Embora muitos doentes recuperem em poucas semanas, um crescente número de pessoas tem relatado sentir os sintomas da doença respiratória durante vários meses. Os efeitos reportados após a recuperação vão desde fadiga crónica a lesões de órgãos. Por ser recente e ainda pouco estudada, a chamada covid-19 prolongada ainda não é consensual dentro da comunidade científica ou médica.

Esta nova análise, que ainda não foi revista por pares, sugere que as vacinas contra a covid-19 ajudam a fortalecer o sistema imunitário. Todos os participantes receberam, pelo menos, uma dose de vacina, a grande maioria da AstraZeneca (50%) e da Pfizer/ BioNTech (40%), mas também da Moderna (8,6%) e da Johnson & Johnson (1%).

O inquérito foi feito "internacionalmente", como afirma o grupo LongCovidSOS. Os investigadores compararam as classificações de 14 sintomas da covid-19 prolongada, antes e depois da primeira dose. Foi pedido aos participantes que esperassem pelo menos uma semana após tomarem a primeira dose, para evitar que as respostas coincidissem com os efeitos secundários da vacina.

Os dados mostram que 56,7% dos inquiridos dizem ter registado uma melhoria global dos sintomas que relatavam até então. Já 24,6% afirmam sentir-se exatamente iguais e, por outro lado, 18,7% relatam uma degradação dos sintomas.

"Este inquérito vai tranquilizar as pessoas. Têm de ter bastante azar para registarem um agravamento geral dos sintomas [após a vacinação]", refere a autora da análise, Ondine Sherwood, do grupo LongCovidSOS. "Os dados são muito encorajadores, mas não sabemos quanto tempo duram os benefícios", ressalva.

De uma forma geral, os participantes que receberam vacinas de mRNA (como a Pfizer/ BioNTech ou a Moderna) relatam mais melhorias nos sintomas, em comparação com os que receberam uma vacina que usa adenovírus (AstraZeneca).

Por último, os inquiridos dizem que registaram melhorias em sintomas como fadiga, 'nevoeiro cerebral' (dificuldade em pensar claramente) ou dores musculares.