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Coronavírus

Possível relação entre as vacinas anti-covid e alterações no ciclo menstrual está a ser investigada

Várias mulheres têm relatado ter notado perdas mais abundantes, irregulares ou precoces depois de terem sido vacinadas, um possível efeito secundário não detetado nos ensaios clínicos. A Universidade de Illinois resolveu estudar o tema. Ao Expresso, João Bernardes, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, disse ser “razoável esperar que não haja nenhuma relação" e desvaloriza a importância dos casos já relatados

LINDSEY PARNABY/Getty Images

Está a ser relatado como um possível efeito secundário das vacinas anti-covid, mas a relação entre estas e o surgimento de períodos menstruais mais intensos, precoces ou irregulares não está estudada. Para já. Em breve a Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, pode ter conclusões, depois de uma investigadora de um dos seus departamentos ter ela própria registado um ciclo menstrual incomum – antecipado e com perdas mais abundantes - após a toma da vacina, levando-a a interessar-se pelo tema.

Em fevereiro, Kate Clancy começou a ouvir descrever vários casos em que mulheres notaram alterações menstruais após terem sido vacinadas. A uma outra investigadora, sua ex- aluna, Katharine Lee, aconteceu ter iniciado a menstruação logo depois da administração da vacina, por exemplo. Clancy decidiu então perguntar às suas seguidoras no Twitter se também tinham notado algo estranho, tendo ficado surpreendida com o volume das respostas confirmando.

Clancy e Lee resolveram lançar um inquérito online e recolheram 22 mil respostas, entre as quais as de algumas mulheres que afirmam ter sentido cólicas e sangrado pela primeira vez desde que colocaram o DIU ou mesmo tendo entrado já na menopausa. Não ter notado qualquer alteração foi também uma resposta comum, pelo que as investigadores entenderam que o tema teria de ser investigado.