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Coronavírus

Covid-19. Há mais portugueses a não querer ser vacinados (e mais 10% a hesitar)

São já 7,8% os que dizem não querer tomar a vacina, e 10% os ainda hesitantes, mostram os resultados do inquérito apresentado esta manhã na reunião do Infarmed, numa alteração de comportamentos face à pandemia após o caso com a AstraZeneca. Perfil de inquiridos que recusa ser vacinado está identificado. Diretora do Instituto de Saúde Pública diz que “não parece haver evidência de problemas” para cumprir o plano

JEAN-PHILIPPE KSIAZEK/Getty Images

Aumentou em Portugal a percentagem de pessoas que mostra intenção de não tomar a vacina contra a covid-19. Os investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Universidade Nova de Lisboa chamam a atenção para essa diferença quando se compara a última quinzena analisada (entre 19 de março e 2 de abril) com a anterior. De 1,7% de pessoas a responder que tem intenção de não tomar a vacina, o estudo mostra agora 7,8% de respostas nesse sentido.

Uma das investigadoras, Carla Nunes, apresentou os dados esta manhã na reunião entre peritos e governantes no Infarmed, frisando uma nota importante: as perguntas feitas pela equipa de investigação foram alteradas. Em caso de ainda não ter tomado nenhuma dose de qualquer vacina — e 10% dos inquiridos já tinha tomado —, o inquérito questionava os cidadãos com três hipóteses: pretende “tomar”, “não tomar”, ou “ainda não decidiu”. No inquérito anterior, havia hipóteses como “esperar algum tempo antes de tomar”, o que pode ter diluído algumas destas respostas agora negativas.