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Coronavírus

AstraZeneca. Suspensão da vacina levantou uma “onda de pânico” em doentes cardíacos, diz presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia

Victor Gil tem doentes a telefonar, aflitos, por terem tomado a vacina da AstraZeneca. A suspensão temporária da administração do fármaco “levantou uma onda de pânico”, diz o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, mesmo sendo a probabilidade de tromboembolismo de “um zero vírgula não-sei-quantos zeros e depois lá aparece um número”. Na opinião do cardiologista, “ninguém ganha em estarmos em histeria coletiva sem sabermos se há causa-efeito e, havendo, se não vale a pena correr o risco”. Faltou uma “ordem de comando” europeia e agora a palavra deve ser de serenidade

YVES HERMAN/REUTERS

15 países da União Europeia suspenderam temporariamente a toma da vacina da AstraZeneca após terem sido detetados cerca de 30 casos de trombose entre seis milhões de pessoas já imunizadas. É 0,0005% dos casos - “um zero vírgula não-sei-quantos zeros e depois lá aparece um número”, sublinha Victor Gil, cardiologista com mais de 40 anos de experiência clínica. Terão os casos diretamente a ver com a vacina produzida pela farmacêutica AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford? Não se sabe. Em grande parte, a polémica com a suspensão começa nesse ponto.