“Toda a evidência científica, que é muito forte, indica que a vacina é segura, tanto nas fases 1, 2, 3, como agora na fase 4, não havendo nenhuma razão para o nosso país suspender a sua utilização", afirmou à Lusa o virologista Pedro Simas, ainda antes de a DGS e o Infarmed terem anunicado, na noite desta segunda-feira, a suspensão da administração do fármaco da AstraZeneca.
O investigador principal do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa lembrou que no Reino Unido já foram inoculadas com esta vacina mais de onze milhões de pessoas e na União Europeia cerca de cinco milhões de pessoas e, até agora, "não foram reportados eventos tromboembólicos superiores àqueles que seriam esperados normalmente".
"Isso é uma evidência (prova) muito grande de que a vacina é segura", adiantou Pedro Simas, ao salientar que na fase 4 que está a decorrer, na qual já foram inoculadas pelo menos 16 milhões de pessoas, o novo fármaco tem demonstrado que é seguro.
“Temos muito poucas vacinas [em Portugal], não podemos deixar de vacinar as pessoas quando a vacina é segura”, defendeu o virologista, ao manifestar-se, perante a informação científica disponível até ao momento, de acordo com a posição tomada pela Organização Mundial de Saúde e pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e pela Direção-Geral de Saúde.
"Temos de tomar, neste momento, decisões com base na evidência (prova) científica que nos diz que a vacina é segura", afirmou.