Uma enfermeira austríaca morreu dez dias após ter recebido uma das doses da AstraZeneca. Embora não seja conhecida uma relação de causalidade, uma vez que a única informação é de que a profissional de saúde de 49 anos desenvolveu problemas graves de coagulação sanguínea, isso levou a que a Áustria decidisse, no domingo, suspender o uso da vacina por precaução.
Também a Estónia, a Letónia, a Lituânia e o Luxemburgo interromperam a administração, países aos quais se juntam agora a Dinamarca, Noruega, Itália e Islândia, neste caso em relação a um lote em específico, denominado ABV2856. Fora da Europa, também a Tailândia anunciou o adiamento do uso do fármaco anglo-sueco.
A própria agência nacional de saúde dinamarquesa reconhece que “neste momento ainda não se pode concluir que haja uma ligação entre a vacina e a formação dos coágulos sanguíneos”, mas os países que estão a rejeitar o fármaco da AstraZeneca pedem ao Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância da EMA que inicie uma investigação,
À exceção da Itália e da Noruega, os restantes seis países que anunciaram a suspensão têm em comum o facto de terem recebido o mesmo lote de vacinas da AstraZeneca, enviado para 17 Estados-membros, sendo que Portugal não consta nessa lista.
A Agência Europeia do Medicamento assegura, após uma avaliação preliminar, que o lote de vacinas utilizadas na Áustria não tem qualquer problema e não pode ter motivado a morte da enfermeira.
Uma outra enfermeira de 35 anos, do mesmo hospital austríaco, sofreu uma embolia pulmonar após ter sido inoculada. Está neste momento internada e apresenta algumas melhorias.
Outros casos de tromboses e de embolias pulmonares estão a ser associados a pessoas que já receberam doses do mesmo lote da AstraZeneca, mas a EMA refere igualmente não existirem evidências de que esses quadros clínicos se tenham desenvolvido em função da toma, uma vez que não estão listados como possíveis efeitos secundários.
[Notícia atualizada às 9h41 de 12 de março]