Coronavírus

Hospital de Santa Maria faz balanço de um ano de pandemia: 351 dos 450 doentes em cuidados intensivos resistiram à covid-19

Com uma taxa de sobrevivência de 78% entre os doentes críticos com covid-19, um dos maiores hospitais do país assinala um ano de pandemia com o registo positivo da resistência à pressão, deixando para trás a imagem das filas de ambulâncias que marcou a última fase do combate à covid-19
TIAGO PETINGA/LUSA

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) tratou até agora 450 doentes críticos com covid nas suas unidades de cuidados intensivos, tendo registado neste período uma taxa de sobrevida de 78%.

No total, o centro, de que faz parte o Hospital de Santa Maria, tratou ao longo da pandemia cerca de 2500 doentes com covid-19. Destes, quase 20% foram doentes graves, que tiveram de ser tratados em cuidados intensivos, tendo mesmo 50 deles de recorrer ao equipamento de ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal), o que representou o número mais alto da região de Lisboa e dos mais elevados de todo o país.

Nas últimas semanas, o CHULN dedicou oito unidades de cuidados intensivos exclusivamente a doentes covid, das quais cinco são novas unidades antes ocupadas com outras atividades. No total foram 69 as camas de cuidados intensivos do CHULN. No entanto, este plano de atendimento da pandemia já começou a ser reconvertido, de forma faseada, à atividade não-covid, tendo sido retomadas as cirurgias prioritárias e recomeçado esta semana a ser realizadas as cirurgias de ambulatório.

A Urgência do CHULN dedicada a doenças respiratórias atendeu cerca de 31 mil doentes no último ano, mais de metade dos quais (55%) oriundos de fora da área de referência do centro hospitalar. De acordo com um comunicado emitido esta terça-feira pelo CHULN, a Urgência do Santa Maria "não encerrou um único dia e deu resposta a doentes suspeitos de covid da área metropolitana de Lisboa e da região Oeste, mas também a utentes com origem em Leiria, Santarém, Alentejo ou no Algarve". E "perto de um terço (29%) dos atendimentos resultaram de encaminhamentos do INEM".

A taxa de positividade na Urgência covid do CHULN foi de 13%, enquanto 75% dos doentes testaram negativo para o SARS CoV-2. Onze por cento dos doentes não necessitaram de realizar teste e apenas 1% dos casos foram inconclusivos. No total, o laboratório de Patologia Clínica do CHULN realizou mais de 155 mil testes de rastreio à covid, a maioria em contexto de urgência, mas também a doentes das consultas externas. O serviço prestou ainda apoio a outros hospitais e lares da região Sul.

Do total de testes realizados, cerca de 10 mil foram efetuados a profissionais do CHULN. O centro hospitalar vacinou também já cerca de 5 mil profissionais de saúde, 4500 dos quais já completaram a vacinação com as duas doses. E, nas últimas semanas, a taxa de infeção entre os profissionais do centro caiu 95%.