As crianças também sofrem com a pandemia, muitas vezes em silêncio. Algumas passam diariamente pelo consultório da pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, neste momento a atender "imensos jovens com problemas de ansiedade". Pode a escola à distância ser mais um fator desestabilizador? Para a médica especializada em psiquiatria da criança e do adolescente e membro fundador da Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica, essa será a condição de parte dos alunos. Para o contrariarem, professores e pais devem conversar insistentemente. Aos primeiros pede-se que não se preocupem em apenas em "dar matéria". Os segundos devem estar atentos a sinais de sofrimento e antecipá-los, mostrando aos mais novos que também são protagonistas da pandemia
Que impacto tem este novo encerramento das escolas na aprendizagem das crianças?
As qualidades do ensino à distância são muito diferentes. Os miúdos do ensino primário ainda têm um pensamento com dificuldades em estar muito tempo sem um substrato concreto. Os professores têm de arranjar metodologias para que as crianças se mantenham interessadas no que dizem e para que, ao fim de algum tempo, continuem a trabalhar sozinhas, sem o grupo e sem o professor. O que se aconselha é que os professores analisem as características das turmas e dos alunos e tentem encontrar métodos para eles, tanto no modo como na frequência com que dão as aulas.