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Coronavírus

Vacinas à la carte? Continuam as falcatruas no processo de vacinação contra a covid em Portugal

Montijo, Águeda, Famalicão, Coimbra, Viseu: há cada vez mais casos de pessoas a serem vacinadas à revelia dos critérios definidos pelo plano de vacinação. Em quase todos eles há um denominador comum: têm relações pessoais com a pessoa que tomou a decisão de furar as regras. Salazar Coimbra, Diretor Clínico do Hospital Narciso Ferreira, e José Manuel Braço Forte, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, são os protagonistas das últimas denúncias

PAULO CUNHA/Lusa

Amontoam-se os casos de incumprimento dos critérios de vacinação contra a covid-19 em Portugal. Esta segunda-feira, o Expresso noticiou que José Manuel Braço Forte, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, mandou vacinar a mulher, que não era prioritária. A desculpa dada por Braço Forte ao Expresso foi a seguinte: a mulher tem 70 anos e "é voluntária" na Unidade de Cuidados Continuados de São Rafael (gerida pela SCMM). "Está tudo justificado", disse ainda, recusando-se a prestar esclarecimentos adicionais.

João Afonso, presidente da Assembleia-Geral da SCMM, refuta o argumento: Maria Fernanda Braço Forte "não é voluntária há, pelo menos, um ano". Além disso, lembrou ao Expresso que “o senhor provedor não comunicou a ninguém" a composição da lista, e que "os trabalhadores expressaram a sua perplexidade" face à decisão de Braço Forte. "Disse-lhe que teria de refletir sobre a sua posição na Santa Casa. Não aceitei a justificação do provedor porque aquilo que ele me transmitiu não corresponde aos factos que eu conheço. Enquanto representante da instituição, já lhe manifestei o caminho que acho que ele deve seguir”, acrescentou o também vereador do PSD, abrindo a porta à demissão de Braço Forte.