Coronavírus

Covid-19, o trágico mês de Janeiro: 45% das mortes, 43% dos casos, subida de 136% de internados e de 78% em intensivos

A terceira vaga da pandemia trouxe o pior mês da pandemia. Apenas em janeiro o país teve quase metade dos óbitos por Covid-19, quase metade dos casos totais registados desde março. Mesmo com um novo confinamento pelo meio, a pressão sobre internados subiu brutalmente - assim como sobre os cuidados intensivos.

PEDRO NUNES/REUTERS

Portugal fecha o primeiro mês de 2021 com 5.576 óbitos por Covid-19, representando 44,6% do total das mortes provocadas pela pandemia até agora - e 3.175 acima das registadas em dezembro.​​

Em média, foram 179,8 óbitos por dia, em janeiro - ou 8 mortes por cada hora. E essa curva não dá ainda sinais de abrandar: apesar do segundo confinamento ter entrado em vigor há mais de duas semanas (oito dias já passados depois do encerramento também das escolas), os últimos seis dias tiveram registo mais alto do que em qualquer dia anterior. Na última semana morreram 2013 pessoas, mais 405 que na anterior (1608).

No total, Portugal conta já 12.482 mortes em consequência da pandemia do novo coronavírus.

Mas janeiro foi também o mês com maior número de novos contágios: foram 306.838 identificados, quase tanto como o total de infectados desde 2 de março (413.678), dia do primeiro contágio em território nacional. Contas feitas ao mês, janeiro registou 42,6% dos casos de Covid-19 em Portugal - que já chegaram a 720.516.

Quanto a internamentos nos hospitais, registaram-se 3.854 em janeiro. É mais do que uma duplicação de camas ocupadas, porque a 31 de dezembro, o total de internamentos por Covid-19 era de 2.840. O aumento foi, assim, de 135,7% apenas neste mês - mesmo num mês em que o número de mortes disparou.

Em resultado disto, a pressão sobre os cuidados intensivos aumentou exponencialmente também em janeiro. Hoje, Portugal tem 858 pessoas em estado muito grave devido à Covid-19, eram 482 pessoas no final de dezembro. São, assim, mais 376 camas ocupadas, um crescimento de 78%. O limite de camas de cuidados intensivos em Portugal, segundo o Ministério da Saúde (e já com todos os outros serviços limitados ao mínimo, é de cerca de 1000).