O Hospital Amadora-Sintra começou esta semana a construir um novo tanque de oxigénio para aumentar a autonomia daquela unidade de saúde, antecipando assim eventuais necessidades de aumento do consumo devido ao fluxo de doentes graves de covid-19. O anúncio da obra, que estará concluída nas próximas três semanas, foi feito na tarde de quarta-feira.
Teme-se que o abrupto e consistente aumento de novos casos de covid-19 que saturam os hospitais do país atualmente levem a um consumo insustentável de oxigénio. "Os hospitais compram e armazenam oxigénio em tanques enormes e em balas portáteis”, explica ao Expresso um profissional de saúde daquele hospital. “Nós tínhamos capacidade para seis dias - na realidade era um pouco mais com os tanques secundários -, mas a utilização subiu tanto que começámos a gastar as balas portáteis. Para prevenir uma situação de catástrofe, o hospital iniciou já obras para ter um novo tanque porque a necessidade aumentou e muito. Espero sinceramente que não haja nenhuma calamidade por falta de oxigénio.”
O hospital, que conta nesta altura com um tanque com 30 metros cúbicos para oxigénio, refere no comunicado desta quarta-feira que a pandemia ergueu diferentes desafios aos serviços de saúde, sendo um deles a necessidade muito maior do recurso a oxigénio. “Esta patologia obriga a que os doentes sejam tratados com oxigénio em alto débito, levando assim a estrutura hospitalar a adaptar-se a essa realidade.”
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, normalmente conhecido por Amadora-Sintra, levou a cabo também um reforço da rede de gases medicinais que serve “as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras”. Isto é, foi instalada uma nova rede na Torre Amadora para dar músculo à rede já existente. Também na Torre Sintra está em curso a “instalação de uma rede redundante” para reforçar a rede de gases medicinais já existente. Mais: será ainda instalado um tanque de oxigénio para dar resposta “em exclusivo" à Área Dedicada a Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência, com uma capacidade cinco metros cúbicos, que ficará independente da rede principal do hospital. Estas medidas visam “duplicar a autonomia” do hospital.
A nota daquele hospital dá conta ainda da capacidade dos tanques em questão: “Toda a rede de oxigénio é abastecida por um tanque com 30 mil metros cúbicos com capacidade para seis dias de consumo. Além deste tanque principal, existe ainda um quadro de emergência com capacidade para cinco horas de autonomia, bem como um stock de cilindros de oxigénio de 5, 30 e 50 litros, o qual que é reposto diariamente”.