"Avião sem asa, fogueira sem brasa, futebol sem bola, amor sem beijinho". Grávida sem barriga. "Porque é que tem de ser assim? Porquê?" Porque em outubro, Elisângela Neves, 31 anos, foi infetada com o vírus SARS CoV-2 e quase ia morrendo. Estava grávida, mas uma equipa alargada de médicos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, fez tudo para a salvar e ao seu bebé. Tiveram de realizar uma cesariana às 29 semanas de gestação, embora a mãe tivesse o tubo de um ventilador introduzido na traqueia e estivesse ligada a uma máquina que lhe substituía os pulmões. Os elevadores do hospital pararam e os corredores foram esvaziados para a maca de Elisângela passar. O pesadelo custou a acabar, mas já é memória. Um caso de estudo científico e, principalmente, uma história bonita para se ler em tempos negros da pandemia.
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“Estava grávida e quando saí do coma da covid-19, a minha barriga tinha desaparecido. Fiquei desesperada” [com vídeo]
Uma história única, rara e, sobretudo, positiva, e por isso, mais importante em tempos de más notícias. Elisângela desenvolveu uma forma muito grave de covid-19, estava grávida e às 27 semanas de gravidez foi internada, ligada a um ventilador e a uma máquina que substituiu os pulmões. Quase morreu, mas uma vasta equipa multidisciplinar do Hospital de Santa Maria salvou-a e ao filho. Esta semana, de partida do hospital com o seu bebé, Elisângela só quer deixar uma mensagem: “É possível vencer a doença. Não desistam”