O texto do despacho de Marta Temido é longo e começa por afirmar que "o surgimento e a propagação do vírus SARS-CoV-2 em Portugal determinou a necessidade de assegurar a prevenção, contenção, mitigação e tratamento da covid-19, através da adoção de um conjunto de medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia" e que "na primeira semana de 2021, foi atingido o número máximo de internamentos por covid-19 nas instituições do SNS, desde o início da pandemia".
Mas o que interessa realmente está na segunda página e nas duas últimas alíneas: como a situação do país é grave, o despacho da ministra enviado esta quarta-feira aos hospitais determina que "os estabelecimentos hospitalares do SNS devem proceder ao diferimento de atividade cirúrgica programada de prioridade normal ou prioritária". Ou seja, traduzido para linguagem leiga: todas as cirurgias, mesmo aquelas consideradas prioritárias, como as que atendem alguns doentes oncológicos, devem ser adiadas para concentrar esforços na resposta aos casos críticos da pandemia.
Assim, o despacho determina ainda que os hospitais devem "promover a alocação de meios humanos para a Medicina Intensiva, de modo a maximizar a capacidade de resposta nesta área (covid), em conformidade com a suspensão e diferimento de atividade assistencial efetuada".