A divulgação do último despacho da ministra da Saúde sobre o agravamento da situação pandémica e a necessidade de concentrar todos os recursos dos hospitais e os esforços dos profissionais de saúde na área da Medicina Intensiva, mesmo que para isso seja necessário adiar as cirurgias programadas e prioritárias, que, como foi explicado ao Expresso, "inclui um largo espetro de procedimentos, entre os quais as cirurgias de doentes oncológicos", causou impacto no setor hospitalar e o gabinete de Marta Temido, através de algumas notas, explica em detalhe o que o documento significa.
Embora não esteja no texto do despacho, o Ministério explica que, em primeiro lugar, o despacho "não manda diferir ou suspender a cirurgia urgente ou muito prioritária", salvaguardando, assim, os casos mais graves. Nem se aplica a hospitais especializados como os institutos de oncologia, que, acrescenta o gabinete, "de acordo com o funcionamento em rede, estão disponíveis para receber os doentes que requeiram cirurgia prioritária durante o período de aplicação do despacho".
Também sublinha que, como prevê o último ponto do despacho, "o diferimento de atividade cirúrgica será sempre feito mediante avaliação clínica e garantia de que não ocorre limitação do prognóstico do doente". Para concluir, o gabinete recorda que "a cirurgia oncológica prioritária deve ocorrer até 45 dias após a indicação cirúrgica e o despacho em causa aplica-se apenas até 31 de janeiro", sem explicar que o mesmo prevê que possa ser renovado ao fim deste período.