Eugénia Andrade tem 55 anos e há mais de 30 que mostra a Madeira aos turistas. Ou mostrava, porque a covid-19 mudou tudo e, desde março de 2020, integra a lista das pessoas que dependem da ajuda do Estado. “São 438,81 euros por mês, é com isto que vivemos”, explica, cada vez com menos esperança. São muitos meses, já teve esperança, já voltou a perdê-la e quando olha em frente não sabe o que esperar para a vida, que montou em função do turismo.
Exclusivo
Covid-19. O desespero de Eugénia, numa Madeira que deixou de ser o paraíso e entrou na dura realidade
Os números não enganam, sejam da economia ou da saúde. A média diária de novos casos de covid-19 nos últimos dias está nos 100 e os turistas são cada vez menos. Depois do mercado britânico, também os alemães riscaram a Madeira dos destinos seguros e os empresários falam de um cenário terrível, que pode ficar ainda pior se a ajuda pública demorar. A região, que passou os primeiros meses da pandemia sem registo de óbitos, tem agora 20 mortes e concelhos em risco elevado de contágio