A Agência Europeia do Medicamento (EMA) deu pela segunda vez um parecer científico positivo para a utilização de uma vacina contra a covid-19. Trata-se da vacina desenvolvida pela empresa de biotecnologia norte-americana Moderna, que tem assim o caminho aberto para ser distribuída pelos 27 Estados-membros da União Europeia, mal a aprovação seja confirmada pela Comissão.
Ainda que a calendarização esteja dependente dos próximos passos, Portugal deve receber na primeira fase de vacinação, e até ao fim do primeiro trimestre, 227.060 doses desta vacina.
A reunião da EMA foi antecipada de 12 de janeiro para esta quarta-feira, dia 6, como forma de acelerar o processo de vacinação em curso. Depois de mais de três horas, do encontro saiu a recomendação e a garantia de que a vacina é segura, anunciada no Twitter da EMA.
Também na rede social, Ursula Von der Leyen felicitou o trabalho da agência e “as boas notícias” para os europeus. “Agora estamos a trabalhar a todo o vapor para aprová-la e disponibilizá-la na UE”, acrescentou a presidente da Comissão.
Com a aprovação quase certa, a vacina da Moderna, já autorizada pelo regulador norte-americano, vem juntar-se à do consórcio Pfizer-BioNTech, que começou a ser administrada a 27 de dezembro em Portugal e noutros países europeus.
A urgência é grande, e a pressão também, como adiantou Emer Cooke, diretora-geral da EMA, que na semana passada explicou o motivo da antecipação da avaliação. “O número de infeções está a aumentar em toda a Europa e estamos cientes da enorme responsabilidade que temos em colocar uma vacina no mercado o mais rápido possível, enquanto mantemos a robustez da nossa revisão científica.”
Num ensaio clínico com 30.400 pessoas, a vacina da Moderna revelou 94,1% de eficácia na prevenção da covid-19 em comparação com um placebo.
A EMA tem ainda dois outros processos de revisão em tempo real, das vacinas desenvolvidas pela farmacêutica Janssen, filial da norte-americana Johnson & Johnson, e pela Universidade de Oxford em conjunto com a farmacêutica britânica AstraZeneca. Por enquanto, porém, nenhuma das empresas pediu autorização condicional para o uso das vacinas na União Europeia.