Coronavírus

Enfermeiros contratados no âmbito da pandemia têm vantagem sobre os precários

Enfermeiros em regime de substituição denunciam que colegas contratados no âmbito da pandemia, alguns com menos experiência, têm vantagem para conseguir um contrato a termo incerto

TIAGO PETINGA/LUSA

Os enfermeiros que trabalham em regime de contrato de substituição denunciam as discrepâncias entre os seus contratos e os contratos dos profissionais deste setor feitos no âmbito da pandemia. Segundo o "Jornal de Notícias", os enfermeiros em substituição, com vínculos precários, consideram que estão a ser ultrapassados por colegas com menos experiência, já que estes terão acesso a um contrato sem termo com mais facilidade.

"Também nós estamos na linha da frente co combate à covid-19 e vemos colegas sem experiência no hospital a passar à frente, sem justa causa", refere Bruno Marques, enfermeiro no Hospital de Braga, onde existem 30 enfermeiros com contrato de substituição. Sem "estabilidade laboral", explica o enfermeiro, estes profissionais estão em "risco de ir para o desemprego a qualquer momento".

Relativamente à contração de enfermeiros, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considera que a contratação de 912 profissionais anunciada pelo Governo em outubro é insuficiente, já que "só na região de Braga, Viana do Castelo e do Porto foram admitidos 1200 enfermeiros com contrato covid". Nestes contratos, "o Governo determina que os profissionais que, a 31 de dezembro, tiverem oito meses de contrato passarão a tempo indeterminado, caso haja vaga nas instituições". No entanto, o SEP deixa o alerta: só 167 enfermeiros cumprem estes requisitos.