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Coronavírus

É seguro ir ao cinema? Tudo indica que sim mas a pandemia mantém-se como a principal ameaça

Uma análise de dados internacionais efetuada por um site ligado à indústria cinematográfica concluiu não haver um único surto reportável a uma sala de cinema em todo o mundo. Isso não evita a situação dramática de muitos exibidores, em Portugal e não só. No nosso país, e até outubro, a quebra acumulada de receitas foi de 72 por cento

Getty Images

Há dias, a Warner Bros, uma das maiores produtores de cinemas mundiais, anunciou que os seus filmes de 2021 passarão a estrear simultaneamente nas salas de cinema e em streaming na HBO Max, que chega a Portugal no segundo semestre do ano. É um golpe para os exibidores cinematográficos, num ano em que a pandemia levou os seus estabelecimentos a encerrar em grande parte dos países, e, mesmo quando (e onde) foram autorizados a reabrir, lhes impôs uma série de medidas que reduzem fortemente as receitas, quer por limitarem o número de pessoas autorizadas nas salas, quer por proibirem o consumo de comida e bebidas, uma significativa fonte de receita para os cinemas hoje em dia.

Com várias estreias importantes adiadas para 2021, entre elas a do novo filme da série 007, teme-se que várias cadeias não sobrevivam, e há quem pense que o próprio cinema tal como o conhecemos poderá estar em vias de extinção.

E no entanto, comparado com outras atividades, ir ao cinema é provavelmente mais seguro. Embora envolva passar um período relativamente longo num espaço fechado, a desinfeção cuidadosa, a lotação obrigatoriamente reduzida (com filas alternadas, distanciamento social, etc) e o facto de os espectadores estarem normalmente em silêncio - ao contrário do que sucede, por exemplo, em muitas igrejas, onde os cânticos e outras intervenções têm o potencial de espalhar matéria viral pelo ar - e a olhar na mesma direção, não se virando nem falando uns com os outros, são fatores óbvios de segurança. A tal ponto que uma análise recente efetuada pelo Cellulloid Junkie, uma plataforma online ligada à indústria cinematográfica, ter concluído que parece não haver um único surto de covid-19 com origem num cinema em todo o mundo.