O Reino Unido tornou-se esta segunda-feira o primeiro país do mundo a aprovar o uso de uma vacina contra a covid-19 e pode começar a vacinar a população “já a partir da próxima semana”, como adiantou o Governo britânico. A notícia é boa, há até quem a considere surpreendente, mas tratando-se da vacina produzida pelo laboratório norte-americano Pfizer e pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech há questões que se colocam.
As condições de conservação desta vacina são específicas e exigentes — deve ser armazenada a temperaturas entre -70º C e -80º C —, o que obrigará a uma “logística complicada” em Portugal, começa por dizer Rui Nogueira em declarações ao Expresso. O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) defende o envolvimento não só das Forças Armadas no transporte, distribuição e armazenamento das vacinas, mas também das autarquias e “organizações locais com capacidade logística e instalações que possam ser usadas”, como é o caso das corporações de bombeiros. “Acho que podem ser chamados a ajudar nesta fase”, diz, sugerindo que os “próprios quartéis possam ser usados como espaço para a vacinação deslocando médicos, enfermeiros e técnicos para estes locais”.