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Coronavírus

Covid-19. Crianças brincam menos por causa da pandemia: “Fala-se muito de saúde mental. E o corpo?”

Mais tempo fechadas em salas de aula e quase sem oportunidades para brincarem com os amigos, as crianças estão (ainda) mais sedentárias, voltadas para os telemóveis e computadores. Os especialistas estão preocupados e apontam soluções: descobrir os espaços exteriores e encontrar alternativas lúdicas dentro de casa são duas delas

LOIC VENANCE/ Getty Images

O início do confinamento foi difícil para o Afonso. Com os treinos de andebol suspensos e as aulas a decorrerem exclusivamente online, de um dia para o outro acabaram-se os encontros com os amigos e a rotina passou a ser controlada pelos ecrâs de computador. Sentava-se para cumprir a agenda letiva e as tarefas escolares e sentava-se para jogar Playstation, recorda a mãe, passando o “estar sentado” a ser (praticamente) a sua única atividade durante as últimas semanas de março e os meses de abril e maio.

Não é a rotina mais saudável para um miúdo de 11 anos, mas, como ele, muitas crianças se viram privadas de uma dimensão importante das suas vidas de criança: poder brincar. Limitadas ao contacto com o seu núcleo familiar mais restrito e ‘presas’ dentro de casa, foram-se os jogos de bola com os amigos, as correrias no recreio e perdeu-se o verão tal como costumava ser, sem que as restrições por causa da covid-19 tenham chegado ao fim com o regresso às aulas.