Coronavírus

Covid-19. Pfizer divulga resultados da última fase dos ensaios da vacina: eficácia é de 95% e abrange também os idosos

A empresa norte-americana garante que irá submeter a “autorização de emergência” à FDA, autoridade dos medicamentos dos EUA, “nos próximos dias”

Jens Kalaene/picture alliance/Getty Images

Já são conhecidos os resultados finais da terceira e última fase do ensaio clínico da vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer e do laboratório de biotecnologia alemão BioNtech contra a covid-19 da Pfizer. Os dados da empresa mostram uma eficácia de 95%, o que significa que esta vacina é eficaz na prevenção de casos moderados e graves de covid-19. Nas pessoas mais velhas e por isso mais vulneráveis à doença, a eficácia registada é de 94%.

A Pfizer informou que pretende pedir “autorização urgente” à Food and Drug Administration (a autoridade máxima de medicamentos nos EUA) nos “próximos dias”.

“Os resultados do estudo marcam um passo importante nesta histórica jornada de oito meses para conseguir uma vacina capaz de acabar com esta pandemia devastadora”, declarou Albert Bourla, o director executivo da empresa, num comunicado citado pelo “The New York Times”.

Se a FDA autorizar a comercialização da vacina, a Pfizer garante que consegue disponibilizar 50 milhões de doses até ao final do ano, e outras 1,3 mil milhões de doses até ao final de 2021. Para a vacina funcionar, são necessárias duas doses por pessoa - como já tinha sido anunciado.

Há poucos dias, a União Europeia chegou a acordo com a Pfizer para comprar cerca de 200 milhões de doses que serão distribuídos pelos seus estados-membros, mais 100 milhões de doses adicionais. Nos EUA, a previsão é que 12,5 milhões de doses estejam disponíveis já este ano.

O ensaio clínico da Pfizer e da BioNTech incluiu quase 44 mil voluntários, metade dos quais recebeu a vacina, e a restante metade um placebo. As empresas informam que, dos 170 casos de covid-19 registados - número estabelecido como estatisticamente relevantes nesta fase de testes - 162 tinham recebido o placebo.

A vacina demonstrou-se eficaz de forma consistente em vários parâmetros, incluindo idade e etnia. O efeito secundário registado mais vezes foi cansaço, mas atingiu apenas 3,7% dos voluntários e só após a toma da segunda dose. Além disso, 2% dos voluntários tiveram dores de cabeça, também depois da segunda dose. As pessoas mais idosas reportaram estes sintomas menos vezes e de forma mais ligeira.