A empresa norte-americana de biotecnologia Moderna anunciou esta segunda-feira que a vacina que está a desenvolver contra o novo vírus apresentou, nos mais recentes testes clínicos realizados, uma eficácia de 94,5% na prevenção da doença, incluindo nos casos mais graves.
O valor é superior ao anunciado pela Pfizer, laboratório norte-americano que também está a desenvolver uma vacina contra o vírus da covid-19, e que na semana passada anunciou 90% de eficácia.
A Moderna é das várias empresas que estão a investir no desenvolvimento de uma vacina e, nesse sentido, está a realizar um ensaio em que participam 30 mil pessoas. Metade dos participantes recebeu a vacina real (duas doses) e outra metade recebeu a "vacina simulada" (placebo).
De um total de 95 casos de infeção analisados, a apenas cinco dos voluntários tinha sido administrada a injeção contra o vírus - os restantes 90 tomaram o placebo. Ainda de acordo com os resultados preliminares, citados pelo "Washington Post", também os 11 voluntários que desenvolveram uma forma mais grave da doença tinham recebido o placebo. Segundo a empresa, a vacina que está a ser desenvolvida confere, assim, "uma proteção de 94,5%". Foram reportados alguns efeitos adversos, mas leves, como dor de cabeça, fadiga e dor nos músculos.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas dos EUA, considerou as notícias "muito boas". "Os números falam por si", acrescentou, citado pelo referido jornal norte-americano. Os dados ainda não foram, porém, publicados ou submetidos a avaliação de pares.
Conforme tinha já sido adiantado, a Moderna espera ter 20 milhões de doses da vacina prontas a ser administradas no final do ano, o que permitirá imunizar 10 milhões de pessoas. Para o próximo ano, as estimativas são de pelo menos 500 milhões de doses da vacina, com possibilidade de produzir o dobro disso, dependendo da disponibilidade de certos materiais necessários ao processo de produção.
Vários especialistas antecipam, porém, que demorá meses até poderem ser administradas as primeiras doses da vacina. Possivelmente, só mesmo na primavera do próximo ano, como há quem defenda.
Na semana passada, o laboratório norte-americano Pfizer e a empresa alemã de biotecnologia BioNTech anunciaram que os ensaios que têm em curso, já na fase III, apontam para uma eficácia da vacina de 90%.
Os fabricantes garantiram que não foram detetados efeitos adversos graves entre os voluntários. “Hoje é um grande dia para a ciência e a humanidade. Estes primeiros resultados da terceira fase do ensaio clínico da vacina contra a covid-19 fornecem uma evidência inicial da capacidade da nossa vacina para prevenir” a doença, garantiu o presidente da Pfizer, Albert Bourla, ao jornal britânico “The Guardian”.