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Coronavírus

“Os privados têm de assumir uma parte da questão, mas ela não pode ser covid”, diz o presidente da Sociedade de Medicina Interna

João Araújo Correia defende que os hospitais públicos “não podem fazer tudo”, e, para salvaguardar os direitos dos doentes não covid e amparar uma taxa de mortalidade não covid a crescer, considera que os privados devem ficar com as cirurgias e as consultas programadas, bem como os exames de diagnóstico. “Quem tem de responder à pandemia é o SNS”

João Araújo Correia é diretor do serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Porto e presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.
TERESA NUNES

O Serviço Nacional de Saúde não aguenta sozinho a pressão da segunda vaga da pandemia, que se junta a uma não tão evidente redução de outras urgências nos hospitais. Esta evidência, acompanhada pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, João Araújo Correia, levou a ARS Norte a procurar formalizar acordos com alguns hospitais privados. Esta terça-feira o Expresso noticiou que, com o grupo CUF, será em breve assinado um protocolo que prevê a transferência de doentes covid e não covid do Serviço Nacional de Saúde para as instalações do hospital CUF Porto, ao mesmo tempo que determina o pagamento de 1962 euros por cada episódio de internamento sem ventilação ou com ventilação até 96 horas e de 12.861 euros nos casos mais graves e que permanecem além de quatro dias no hospital com recurso a ventilação.