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Coronavírus

Covid-19. Recolher obrigatório? Especialistas dividem-se e têm dúvidas sobre a eficácia

Faltam estudos que demonstrem a eficácia de um recolher obrigatório mas também faltam alternativas e, portanto, é essa a medida que está a ser imposta em vários países para travar a transmissão do vírus. Portugal ainda não decidiu, mas há pressão nesse sentido. Dos especialistas ouvidos pelo Expresso, há quem concorde com a medida, desde que ajustada às necessidades regionais e a “problemas concretos”, e quem não se deixe convencer. “Recolher obrigatório será mais simbólico do que eficaz”

Tiago Miranda

Numa altura em que aumenta a pressão sobre o Governo para que decrete o estado de emergência — com o presidente da Câmara de Gaia e líder da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues, a defender que só assim os autarcas a Norte podem impor regras como o recolher obrigatório para travar a pandemia —, especialistas ouvidos pelo Expresso falam sobre os prós e os contras desta medida.

Do resto do mundo chegam vários exemplos — com países como Espanha, Bélgica, Luxemburgo, Eslovénia, Eslováquia e República Checa a decretarem recolheres obrigatórios noturnos a nível nacional — e a comunidade científica divide-se entre dúvidas e certezas. Faltam estudos que sustentem a eficácia da imposição, diz-se de um lado, com outro grupo a entender que, bem gerido, o recolher obrigatório assegura a quebra de cadeias de transmissão e o aplanar da curva que mede os novos contágios. Quando, como e onde instaurá-lo são as perguntas a colocar.