Coronavírus

Covid-19. Luz Saúde e CUF dizem ter capacidade para receber doentes e desmentem Administração Regional de Saúde de Lisboa

Os dois maiores grupos hospitalares privados garantem que podem receber doentes covid-19 e não covid, encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde

ANA BAIÃO

A Luz Saúde e a CUF desmentem a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS LVT) e garantem, em comunicado, que têm capacidade para receber doentes covid-19 e não covid, encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), em caso de necessidade.

Num comunicado emitido, esta quarta-feira à noite, a Luz Saúde, do Grupo Fidelidade, afirma de forma perentória que "a informação de que os grupos privados, nomeadamente a Luz Saúde, não demonstraram interesse em receber doentes covid do SNS não corresponde à verdade".

Além disso, a cadeia de unidades de saúde liderada por Isabel Vaz, frisa que "temos capacidade para receber doentes covid-19 e não covid".

Mais: "O Grupo Luz Saúde não foi contactado diretamente, a não ser há cerca de duas semanas pela ARS Norte, que questionou o Hospital da Luz Arrábida genericamente sobre a sua capacidade de internamento covid e não covid".

Em relação à reunião na ARS LVT com o respetivo presidente do Conselho Diretivo, Luís Pisco - que citado pelos media afirmou que os privados teriam manifestado indisponibilidade para receber doentes covid -, esclarece que se tratou de uma conferência via telefone com a direção da APHP (Associação Portuguesa da Hospitalização Privada).

"Sobre a nossa capacidade de camas e recursos, a resposta depende das necessidades concretas que o Estado identificar e que variam naturalmente de região para região", explica ainda a Çuz Saúde.

Indica ainda que "na audiência que solicitámos ainda em Setembro ao Sr. Secretário de Estado da Saúde, Dr. Diogo Serras Lopes, e que se realizará nos próximos dias, esperamos vir a ter uma clarificação relativamente às necessidades concretas do SNS no actual contexto de evolução da pandemia e como poderá o Grupo Luz Saúde integrar o plano de contingência do Ministério da Saúde em cada momento".

Também a CUF, detida pelo Grupo José de Mello, fez um comunicado a dar conta da sua disponibilidade.

"À luz dos contactos entretanto estabelecidos com as ARS, a CUF reafirma a sua disponibilidade para continuar a apoiar o SNS nas duas dimensões, doentes covid e não-covid, de forma complementar e supletiva, de acordo com a sua capacidade, a qual está a ser avaliada, mantendo-se a preocupação de continuar a garantir, com total segurança, a resposta aos doentes não-covid, o que é absolutamente fundamental para a população", refere a CUF na nota de imprensa.

Tal como já havia revelado ao Expresso, a empresa liderada por Salvador de Mello, faz notar que, atualmente, os hospitais CUF, em Lisboa e Porto, têm treze doentes internados com covid-19, "tendo internado, desde o início da pandemia, 173 doentes" infetados.

Reitera ainda que "a CUF tem estado desde o primeiro momento ao serviço do país, apoiando o SNS no combate à pandemia, quer com o tratamento de doentes com covid-19, quer com o reforço na resposta aos cuidados de saúde gerais na população".

E sublinha que, paralelamente, a CUF "tem vindo a fazer todos os esforços para aumentar a sua capacidade de resposta aos doentes não covid, tendo já retomado, desde maio, cerca de um milhão de consultas, mais de 500 mil exames, 90 mil urgências, 30 mil cirurgias, nove mil sessões de radioterapia, sete mil sessões de quimioterapia, estando igualmente a apoiar o SNS na redução das listas de espera cirúrgicas, através do SIGIC (Sistema Integrado de Inscritos para Cirurgia - realizando uma média de 600 cirurgias por mês".