No início da pandemia, José Bourdain, presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados (ANCC), classificou o comportamento da tutela em relação ao sector como "repugnante", devido à falta de apoio. Passado meio ano, diz que não mudou de opinião. Apresenta resultados, como o reduzido nível de infeção nestas unidades e a capacidade para receber doentes transferidos dos hospitais, mas queixa-se de subfinanciamento e de uma grave falta de enfermeiros. Não vê com otimismo a promessa de criação de mais 5.500 camas de cuidados continuados que faz parte do Plano de Recuperação e Resiliência apresentado esta terça-feira em Lisboa pelo primeiro-ministro em conjunto com a presidente da Comissão Europeia.
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Covid-19. “Basta fecharem duas unidades de cuidados continuados por falta de pessoal para lançar o caos em hospitais do SNS”
O presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados, José Bourdain, está cansado. Todas as semanas envia cartas ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao Parlamento alertando-os para as dificuldades que o sector atravessa, numa altura em que, por contraditório que isso posso parecer, a taxa de ocupação destas unidades nunca foi tão baixa. Perante o anúncio da criação de milhares de novas camas feito por António Costa, Bourdain pede cautela