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Coronavírus

Covid-19. “Basta fecharem duas unidades de cuidados continuados por falta de pessoal para lançar o caos em hospitais do SNS”

O presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados, José Bourdain, está cansado. Todas as semanas envia cartas ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao Parlamento alertando-os para as dificuldades que o sector atravessa, numa altura em que, por contraditório que isso posso parecer, a taxa de ocupação destas unidades nunca foi tão baixa. Perante o anúncio da criação de milhares de novas camas feito por António Costa, Bourdain pede cautela

Pedro Lemos Vieira

No início da pandemia, José Bourdain, presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados (ANCC), classificou o comportamento da tutela em relação ao sector como "repugnante", devido à falta de apoio. Passado meio ano, diz que não mudou de opinião. Apresenta resultados, como o reduzido nível de infeção nestas unidades e a capacidade para receber doentes transferidos dos hospitais, mas queixa-se de subfinanciamento e de uma grave falta de enfermeiros. Não vê com otimismo a promessa de criação de mais 5.500 camas de cuidados continuados que faz parte do Plano de Recuperação e Resiliência apresentado esta terça-feira em Lisboa pelo primeiro-ministro em conjunto com a presidente da Comissão Europeia.