Os testes da fase final de uma das vacinas mais promissoras contra o coronavírus SARS-CoV-2, que está a ser desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, encontram-se suspensos. Em comunicado, a farmacêutica confirmou “uma pausa na vacinação para permitir a revisão dos dados de segurança”, após uma suspeita de reação adversa séria num participante do estudo. Trata-se da vacina que Portugal reservou: no caso de se revelar eficaz, deverão chegar ao país 6,9 milhões de doses, 690 mil delas já em dezembro. “Hoje todos acordámos com uma má notícia”, reagiu esta quarta-feira o primeiro-ministro, António Costa.
O pneumologista Filipe Froes considera que “o que aconteceu é uma situação normal e até esperada e desejada” porque demonstra que “os mecanismos de segurança estão corretamente implementados”. “Presumo que o senhor primeiro-ministro, como não está habituado a ensaios de fase III, se calhar não teve a capacidade de perceber que esta é uma situação da maior normalidade”, acrescenta ao Expresso. O que terá de acontecer agora é esclarecer o que se passa, sublinha o pneumologista, que é também membro do Conselho Nacional de Saúde Pública e consultor da Direção-Geral da Saúde.