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Coronavírus

Governo lança plano Costa Silva com acrescentos, remendos, lembretes (e avisos para um desemprego longo)

Documento do conselheiro de Costa foi retocado para o lançamento público. Entre algumas correções vindas dos ministros, há (ainda) mais ideias no plano de retoma: loja do cidadão digital, programa de apoio ao emprego, fim dos bilhetes nos transportes, incentivos às empresas... Mas um calendário de implementação só chega em outubro, com a quantificação dos investimentos - quando tiver de ir para Bruxelas. Agora é a consulta pública, que dura até fim de... agosto.

Uma loja de cidadão virtual, um programa de apoio ao emprego no pós-pandemia ou uma aposta reforçada na qualificação de adultos são apenas algumas das novidades que constam da nova versão da “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030” a lançar esta terça-feira pelo Governo português, no CCB, em Lisboa.

A apresentação será feita por António Costa Silva, o consultor escolhido pelo primeiro-ministro para esboçar a estratégia do país para sair desta crise pandémica com o apoio dos fundos europeus. Na ausência de António Costa (preso na cimeira da UE em Bruxelas), o documento será lançado, antes, pelo ministro da Economia Pedro Siza Vieira e debatido, depois, por quatro especialistas: Isabel Furtado (inovação); Júlia Seixas (alterações climáticas); Paulo Pinto (infraestruturas) e Francisca Guedes de Oliveira (economia pública).

O documento será, a partir daqui, submetido à consulta pública durante um mês e posteriormente formatado às exigências de Bruxelas, incluindo então os custos e o cronograma das medidas apoiadas pelo financiamento comunitário, de modo a ser apresentado à Comissão Europeia no início do Outono.

Mas já começaram os retoques ao documento submetido por António Costa Silva ao Governo. Entre a versão provisória do consultor datada de 5 de julho e a versão apresentada esta terça-feira, a estratégia esticou de 119 para 142 páginas e o Expresso detetou dezenas de novas medidas a implementar por diferentes ministérios para recuperar o país da crise provocada pela Covid-19 - introduzidas pelos diversos ministérios e quase sempre com referências às intenções já escritas no Programa de Governo do PS e/ou nos planos já lançados pelos vários ministros.

Identificam-se critérios claros para incentivar as empresas. E frisa-se que o investimento público não passa apenas pelo investimento em infraestruturas físicas e digitais, mas também pelo investimento na qualificação da população ou do Estado Social. Eis as principais novidades: