Coronavírus

Tecidos em algodão são os melhores para as máscaras comunitárias, conclui estudo da Universidade do Porto

Foram analisados diferentes tipos de têxteis quanto à sua capacidade de filtração de partículas e respirabilidade com vista ao fabrico de máscaras, num trabalho que seguiu os métodos do Infarmed e foi publicado no jornal científico 'Respirology'

Máscara comunitária

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (Citeve), juntamente com o Centro de Investifação em Tecnologias e Serviços de Saúde daquela faculdade (Cintesis), analisou diferentes tipos de têxteis quanto à sua capacidade de filtração de partículas e respirabilidade ou permeabilidade ao ar, com vista ao fabrico de máscaras de uso comunitário que se generalizaram com a pandemia da covid-19.

Os dados fornecidos pelo trabalho apontam para "importantes diferenças entre os vários tipos de materiais utilizados nas máscaras", nomeadamente quanto à respetiva capacidade de retenção de partículas e de respirabilidade.

"Na ausência de uma máscara certificada, o tecido-não-tecido e o tecido jersey de algodão (do tipo T-shirt), em dupla camada, correspondem às melhores opções para cobertura do nariz e boca, tanto no que respeita à filtração de partículas como à permeabilidade ao ar”, segundo avançam os investigadores, que se propõem alertar para a importância das propriedades dos materiais utlizados na confeção destas máscaras e contribuir para a definição de recomendações que garantam uma proteção mais efetiva contra a infeção por coronavírus.

"Existe cada vez maior evidência de que o uso generalizado de máscara ajuda a diminuir o risco de transmissão de infeção", frisa Bernardo Sousa Pinto, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, referindo que "embora as máscaras de uso comunitário não confiram a proteção necessária para contextos de maior risco de transmissão do novo coronavírus (como no caso dos profissionais de saúde), estas devem ser usadas de forma generalizada por indivíduos assintomáticos, nas suas atividades diárias".

Neste estudo, participaram ainda Ana Paula Fonte e Antónia Andrade Lopes do CITEVE e João Fonseca, Altamiro da Costa Pereira e Osvaldo Correia do CINTESIS, centro de investigação da FMUP.

Estudo foi validado pelo Infarmed

Esta análise foi realizada a uma amostra de 49 têxteis, incluindo opções de tecidos normalmente acessíveis, tendo sido seguidos neste trabalho, segundo a Faculdade de Medicina, métodos validados pelo INFARMED, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

Os resultados deste trabalho foram publicados no jornal científico 'Respirology' e estão disponíveis para consulta online AQUI.