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Coronavírus

A pandemia está descontrolada em Portugal ou estamos no mesmo ponto de há dois meses? A resposta em seis gráficos

Aumento do número de mortes nas últimas semanas será a tendência mais preocupante, quando olhamos de forma mais global para a evolução da covid-19 em Portugal. Análise por idades revela um crescimento da percentagem de jovens adultos entre os novos casos desde o início da crise, mas que travou nas últimas duas semanas

Rafael Marchante

Em meados de maio, o milagre português ainda era a narrativa. Entre os dias 1 e 15, o número médio de casos era de 235 por dia, a pandemia não estava concentrada em nenhuma zona do país e até já tinha existido um dia (11 de maio) com menos de 100 casos. Por outro lado, os óbitos também estabilizavam em apenas um dígito em cada 24 horas. Os indícios apontavam para um desconfinamento (iniciado a 4 de maio) bem sucedido.

A história que começa na segunda metade de maio tem ocupado os pensamentos coletivos do país desde então: um aumento persistente do número de casos, que nos últimos dias tem ficado muitas vezes acima dos 400, e com epicentro na região de Lisboa e Vale do Tejo (média de 82,8% dos casos em Portugal, no mês de junho e no que já decorreu de julho).

A evolução do número de casos por semana (que elimina os altos e baixos registados nos vários dias, provocados por fatores como a diminuição do número de testes realizados ao fim de semana) mostra como estamos quase no mesmo ponto do início do desconfinamento: na semana de 4 a 10 de maio registaram-se 2.299 casos, de acordo com os dados oficiais da Direção-geral da Saúde (DGS), na última semana completa (29 de junho a 5 de julho) assinalaram-se 2.251.