Coronavírus

Covid-19. Há 100 doentes incontactáveis por dia na Área Metropolitana de Lisboa

Segundo o coordenador do gabinete regional de intervenção para a supressão de covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo, os contactos nos registos não permitem que se realizem as determinações de isolamento, ou "porque deram moradas falsas ou porque foram viver para outros locais”. “O problema é que, enquanto não são identificados, são potenciais transmissores de doença por mais alguns dias”, diz

TIAGO PETINGA- Lusa

Expresso

Em cinco concelhos da AML – Lisboa, Loures, Odivelas, Amadora e Sintra – “há neste momento cerca de 15 mil pessoas em vigilância ativa [contactos em vigilância pela saúde pública por fazerem parte de cadeias epidemiológicas] e passiva”, revela Rui Portugal, coordenador do gabinete regional de intervenção para a supressão de covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo, em entrevista ao “Público” esta quarta-feira.

Ao todo, cerca de nove mil doentes estão a ser seguidos. “Existem ainda nos registos cerca de 100 pessoas por dia que sabemos que estão doentes mas não conseguimos contactar, ou porque deram moradas falsas ou porque foram viver para outros locais”, conta.

Segundo o especialista, os contactos nos registos não permitem que se realizem as determinações de isolamento. “O problema é que, enquanto não são identificados, são potenciais transmissores de doença por mais alguns dias”, frisa.

A polícia tem sido chamada muitas vezes a intervir em situações em que as pessoas não permanecem em casa. “Diariamente. Há muitas dezenas, centenas de intervenções”, conta.

Quando não há condições para que as pessoas fiquem em casa, têm ocorrido “visitas da Segurança Social, da Proteção Civil e da saúde, que identificam os casos e encontram soluções”.

“Existem múltiplas alternativas ao nível do realojamento. Na rede pública de pousadas de juventude ou com o apoio das Forças Armadas, há centenas de lugares com diferentes níveis de apoio, para pessoas em quarentena, para indivíduos sós, para famílias e também para realojamentos temporários de residentes em lares. Os presidentes de câmaras também têm tido variadas iniciativas próprias”, revela.