Portugal apresenta atualmente o segundo pior rácio de novas infeções pelo novo coronavírus por cada 100 mil habitantes entre os 10 países europeus com mais contágios, sendo apenas superado pela Suécia. Através do cruzamento dos dados oficiais nacionais com os números do Centro Europeu de Controlo de Doenças, entre 14 e 20 de junho, o nosso país mostrou um rácio de 23,2 novos casos. Este desempenho coloca Portugal acima da fasquia de 20 novos casos por 100 mil habitantes, o critério adotado por alguns países para impor restrições ou proibições à entrada de cidadãos, recorda a agência Lusa.
A entrada de portugueses está, neste momento, condicionada ou mesmo proibida em países como Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Estónia, Grécia, Letónia, Lituânia e República Checa. A Dinamarca, por exemplo, anunciou na quinta-feira que vai alargar, a partir de 27 de junho, a reabertura das suas fronteiras aos países europeus com baixo contágio, o que exclui, para já, Portugal e a Suécia. O anúncio gerou uma tensão diplomática entre Lisboa e Copenhaga, com as autoridades portuguesas a queixarem-se dos critérios seguidos por algumas capitais na hora de decidir a que países reabrem as suas fronteiras.
“Os critérios estabelecidos pelos países são bastante simples e objetivos. Portugal acaba por ser prejudicado face a outros países que provavelmente até estão numa situação pior mas que escapam a estes critérios”, comenta Óscar Felgueiras, professor de Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. O académico remete o Expresso para um relatório do Imperial College de Londres, que conclui que Portugal é dos países que estão a testar mais.