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Coronavírus

Covid-19. Reaprender a viver depois dos cuidados intensivos

Acordar e já não saber falar, andar, engolir. Acordar e não conseguir dormir, vestir, ultrapassar. O vírus, como um furacão, deixa sequelas que demoram a curar. Reportagem no Centro de Reabilitação do Norte, o único do país a reabilitar doentes que estiveram longos períodos nos cuidados intensivos por pneumonia covid-19

No Centro de Reabilitação do Norte, 15 doentes graves de covid saídos dos cuidados intensivos recuperam das sequelas
RUI DUARTE SILVA

Maria queria um caderno “dos antigos”, de duas linhas, dos que facilitam o arrumar da caligrafia das crianças quando aprendem a escrever. “Pedi à minha filha e ela trouxe-mo”. Está em cima da mesa móvel, junto às cascas da laranja, com um texto escrito em inglês, a lápis, inventado na hora. “July 11”, escreveu, com os dedos magros e as letras tortas de uma caligrafia perfeita mas perdida no coma dos cuidados intensivos do Hospital de São João.

Não tem consciência deles. “Quando acordei, perguntaram-me que dia era. Não sabia.” Onde estava? “Não sabia.” Apontou para o início de abril, altura em que a médica a anestesiou para “fazer umas coisas”. Ficou 11 dias a dormir e perdeu um quilo por cada um deles. Acordou já era fim do mês.

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