Coronavírus

O boletim da DGS à lupa: número de doentes internados desce há quase dois meses

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a principal responsável pelo crescimento do surto em Portugal: registaram-se aqui 228 das 288 novas infeções. Sintra estreou-se no lote dos municípios com mais de 1.000 casos

MIGUEL A. LOPES/ LUSA

O boletim diário da Direção-Geral da Saúde dá conta de mais 12 mortes, 288 novos casos e 1.138 recuperados, nas últimas 24 horas, em Portugal.

No total, há agora 1.289 vítimas mortais, 30.200 casos confirmados e 7.590 recuperados. O número de novos infetados cresce pelo quinto dia consecutivo, ainda que se mantenha na casa das duas centenas. Na segunda-feira registaram-se mais 173 casos, ontem mais 252.

O número de doentes recuperados de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 voltou a dar um salto: após três dias com números baixos (1 na terça-feira, 21 na quarta e nenhum doente curado ontem), são oficialmente contabilizadas esta sexta-feira mais 1.138 pessoas curadas, um crescimento de 17,7% face à véspera. É o segundo maior aumento, em termos absolutos, num só dia.

O maior tinha sido na segunda-feira (1.794) e nos dois dias anteriores tinham sido ainda somados mais de 1.300 curados. Na altura foi explicado, na habitual conferência diária da Direção-Geral da Saúde, que os valores tinham crescido exponencialmente devido à contabilização de infetados que se curaram em casa. Ao todo, existem já 7.590 pacientes que recuperaram da covid-19 em Portugal.

O número de doentes internados em Portugal com covid-19 voltou a descer com alguma robustez, passando de 608 para 576 (menos 32 internamentos, uma diminuição percentual de 5,3%). O número de doentes internados mantém-se a descer há quase dois meses.

A descida do número de doentes em unidades de cuidados intensivos (UCI) teve ainda mais impacto relativo (diminuição de 8,7%, menos oito pacientes) e ocorreu pelo sexto dia consecutivo: de 92 doentes, passou-se para 84.

Há quase dois meses que estes números não eram tão baixos: para encontrar um valor inferior aos 608 internados de hoje temos de recuar a 30 de março (então eram 571); em relação aos doentes em UCI, temos de comparar com o valor de 27 de março (então 71).

Sintra supera os 1.000 casos

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a principal responsável pelo crescimento do surto em Portugal: registaram-se aqui 228 das 288 novas infeções (79% do total nacional). Segue-se o Norte, com 56 novos casos (19,4% a nível nacional). Os outros infetados foram contabilizados no Centro (dois), Alentejo (um) e Algarve (um). Não há novos casos nas ilhas. Quanto aos óbitos, dos 12 registados nas últimas 24 horas em Portugal, oito pertencem à região Norte, três à região da capital e um originário da região Centro.

Em termos absolutos, o Norte continua muito à frente das restantes regiões, com 16.596 infeções identificadas e 725 mortes. Seguem-se Lisboa e Vale do Tejo, com 9.106 casos e 300 óbitos, Centro (3.664; 233) e Algarve (358; 15). Completam a lista Açores (135; 15), Madeira (90; zero mortes) e Alentejo (251; 1). Os números nas ilhas estagnaram há cerca de duas semanas.

Os concelhos com mais casos de infeção, os únicos acima dos mil casos, são Lisboa (2.107), Vila Nova de Gaia (1.535), Porto (1.337), Matosinhos (1.257), Braga (1.199), Gondomar (1.065) e Sintra, que se estreia neste lote, com 1.006.

Separando por faixas etárias, assinalando um aumento de duas mortes entre os 40 e 49 anos, os óbitos distribuem-se assim:

0-9 anos: 0 mortes
10-19: 0
20-29: 1
30-39: 0
40-49: 15
50-59: 40
60-69: 116
70-79: 251
+80: 866

Relativamente às infeções, as mulheres (17.566) mantêm a distância para os homens (12.634). Mas o valor não se distancia muito relativamente a vítimas mortais: 659 mulheres, 630 homens. Repetindo a fórmula, separando os casos por faixas etárias, este é o retrato dos infetados:

0-9 anos: 555
10-19: 975
20-29: 3.806‬
30-39: 4.477
40-49: 5.106
50-59: 5.064
60-69: 3.347
70-79: 2.474
+80: 4.396