Coronavírus

200 mil alunos regressam às aulas e vão encontrar uma escola diferente: o que vai mudar?

Alunos organizados em grupos. Salas de aula e zonas da escola limitadas. Limpeza reforçada, secretárias afastadas e juntas às janelas, portas abertas e, claro, distanciamento social. Estas são as recomendações da Direção-geral da Saúde para que na próxima semana cerca de 200 mil alunos regressem às aulas presenciais

RUI DUARTE SILVA

Alunos em grupo com espaço próprios de circulação

A estimativa é que cerca de 200 mil alunos dos 11.º e 12.º anos de escolaridade e dos 2.º e 3.º anos dos cursos de dupla certificação do ensino secundário (ensino profissional) regressem às aulas presenciais na próxima segunda-feira. Em todas as escolas, os alunos devem ser organizados em pequenos grupos aos quais são atribuídas salas de aulas e zonas da escola que podem frequentar. O objetivo é manter o espaçamento entre os alunos.

“Cada sala de aula deve ser, sempre que possível, utilizada pelo mesmo grupo de alunos, de acordo com a dimensão e características da escola”, pode ler-se no documento de 13 páginas publicados pela Direção-geral da Saúde (DGS).

Os vários grupos, sempre que possível, devem ter horários desfasados, de forma a evitar “contacto com outros grupos” durante os intervalos ou refeições, explica o mesmo documento. Além disso devem ainda estar definidos “circuitos de entrada e saída da sala de aula para cada grupo”, uma vez mais para impedir o cruzamento de pessoas.

Portas e janelas abertas, mesas afastadas. Cuidados com ar condicionado

As secretárias devem estar dispostas na sala todas com a mesma orientação de forma a evitar que os alunos fiquem frente a frente. Deve ainda estar assegurado o distanciamento físico entre alunos e professores - entre 1,5 metro e 2 metros.

“Para tal, as mesas devem ser dispostas o mais possível junto das paredes e janelas, de acordo com a estrutura física das salas de aula”, pode ler-se no documento. “As mesas devem estar dispostas com a mesma orientação, evitando uma disposição que implique alunos virados de frente uns para os outros.”

As portas e as janelas devem ser mantidas abertas para que o ar circule. Além disso, quando se usa o ar condicionado este deve estar em “modo de extração e nunca em modo de recirculação do ar”. “O equipamento deve ser alvo de uma manutenção regular adequada.”

Várias equipas e cuidados redobrados no manuseamento de alimento

As escolas são obrigadas a formar várias equipas de funcionários não docentes, para que assim esteja garantido a substituição de todo o pessoal “na eventualidade de absentismo por doença ou necessidade de isolamento”. O pessoal não docente responsável pela limpeza e desinfeção da escola deve ainda ter formação sobre a utilização dos produtos de limpeza adequados e a forma como esta deve ser feita - a ser dada pelo grupo nacional do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA) e Forças Armada.

Outra das recomendações é que os funcionários usem luvas. No entanto, estas devem ser trocadas cada vez que se mude de tarefa - ou cada vez que esta seja interrompida. “Se um colaborador estiver a executar uma mesma tarefa continuadamente, as luvas devem ser substituídas a cada quatro horas ou sempre que necessário”, esclarece a DGS. “O uso de luvas para preparar e manusear alimentos não substitui a adequada e frequente higienização das mãos.”

Já relativamente aos funcionários envolvidos na confecção ou distribuição de refeições, ainda que sempre com luvas calçadas, os alimentos nunca devem ser tocados diretamente com as mãos. Devem antes ser manuseados com aquilo a que a DGS define como “utensílios adequados”: guardanapos, espátulas, pinças, luvas de uso único ou equipamentos de distribuição.

Evitar secador de mãos na casa de banho e uso de máscaras obrigatório

Professores, alunos e todo o pessoal não docente que esteja nas escolas tem, obrigatoriamente, de usar máscara de proteção como aquilo que está definido por lei. Seja dentro ou fora do edifício, uma vez mais, o distanciamento tem de estar assegurado.

Por todo o recinto deve ser disponibilizada informação “sobre a correta higienização das mãos, etiqueta respiratória e colocação da máscara¨. Também as portas, portões e janelas devem, sempre que possível, estar abertos para “evitar o toque frequente em superfícies”.

Nas casas de banho de banho tem de ser sempre disponibilizado sabão para que as mãos sejam lavadas regularmente. Devem depois ser seca com toalhetes de papel, evitando os secadores de ar quente.

Todas as áreas de contacto frequente - e isto, de acordo com a DGS, inclui “zonas de atendimento, balcões” - têm de ser limpos e desinfetados pelo menos duas vezes por dia. Os cuidados de higienização de zonas como salas de isolamento, os refeitórios, as casas de banho, as salas de professores, as de aulas e as de informática assim como as bibliotecas e laboratórios devem ser reforçados.

À exceção das bibliotecas, que podem estar abertas com determinadas regras de distanciamento impostas, todos os restantes espaços “não necessários à atividade letiva, como os bufetes/bares, as salas de apoio, as salas de convívio de alunos e outros” devem ser encerrados.

Nas cantinas, após cada utilização, as mesas devem ser limpas e desinfetadas. Todos os motivos decorativos devem ser removidos.

Pode consultar AQUI as recomendações na íntegra da Direção-geral da Saúde para o “regresso ao regime presencial dos 11.º e 12.º anos de escolaridade e dos 2.º e 3.º anos dos cursos de dupla certificação do ensino secundário”