Coronavírus

Por causa da covid-19, o metro que nunca dorme passou a fechar durante a noite [com fotogaleria]

Com o número de utilizadores reduzido em 90%, o metro de Nova Iorque pára agora durante a madrugada, para limpeza e desinfeção das carruagens

The city that never sleeps ("A cidade que nunca dorme"), diz uma canção que todos recordamos na voz de Frank Sinatra. Parte da razão por que Nova Iorque nunca dorme é o seu metro, que tem 115 anos. Desde os tempos longínquos em que as fábricas laboravam noite dentro e em que a circulação humana nunca parava, o metro sempre funcionou 24 horas por dia na cidade. Isso para já acabou.

A epidemia do coronavírus mudou os horários do metro, como tem mudado tantas outras coisas. A partir de quarta-feira, ele passa a estar fechado entre a 1h e as 5h, para limpeza e desinfeção. Só assim será possível dar um mínimo de tranquilidade aos viajantes, cujo número se reduziu em 90% nas últimas semanas.

Com 109 mortes já registadas entre os seus trabalhadores, o gigantesco sistema de transportes em Nova Iorque tornou-se mais um símbolo da tragédia que se abateu sobre a cidade. Em condições normais, os 1.112 quilómetros de linha e 472 estações do metro não só recebem e transportam milhões de pessoas, como servem de abrigo para muitas que não têm um teto.

Esses modos de vida agora alteraram-se. Para quem tem de regressar a casa durante a noite ou vai trabalhar de madrugada cedo, a alternativa são os autocarros, com a oferta reforçada em centenas de veículos e mais de mil viagens noturnas.

Para quem gere o sistema, o desafio logístico é enorme. E não o é menos para quem lida com pessoas no terreno. Por exemplo, os guardas que têm de convencer muitos sem-abrigo a abandonarem as carruagens e encaminharem-se para outro abrigo próximo. Se o houver.