Coronavírus

O Governo mostrou o plano e o Sindicato Nacional do Ensino Superior está apreensivo: não há máscaras para todos (mas tem de haver)

Plano de desconfinamento apresentado por António Costa pressupões o uso obrigatório de máscaras em todos os ciclos de ensino (menos creches e jardins de infância)

O Sindicato Nacional do Ensino Superior (Snesup) está apreensivo quanto à alegada falta de condições para as universidades retomarem a atividade letiva, nomeadamente por não estar garantida a distribuição generalizada de máscaras.

São já conhecidos alguns dos despachos com os planos para o levantamento progressivo das medidas de contenção adotadas por causa da covid-19, tal como solicitado pelo Governo a estas instituições de ensino. Para o presidente do Snesup, Gonçalo Leite Velho, trata-se da “confirmação por escrito dos nossos receios” .

No caso do de Évora – a que o Expresso teve acesso – é referida a distribuição de máscaras apenas “aos trabalhadores que fazem atendimento presencial”, algo que Gonçalo Leite Velho considera colidir inclusivamente com a obrigatoriedade decretada pelo Governo em relação ao uso desta proteção.

“Acaba por ser cada um por si”, diz o presidente do sindicato, que questiona quem assumirá a responsabilidade no caso de surgir algum docente ou aluno infetado.

Gonçalo Leite Velho menciona também a questão da limpeza para sublinhar que, “ao contrário do que aconteceu com as escolas do ensino secundário”, onde as operações de desinfeção envolveram os militares, nas faculdades isso não aconteceu. A cada uma competirá agora a limpeza e desinfeção mais frequente dos seus espaços mas nem sequer com soluções tão eficientes, conclui.

Entre a posição mais “conservadora” da Universidade de Coimbra, que “desafiando as determinações do Governo” já fez saber que não retomará as aulas presenciais até ao fim do presente ano letivo, e a “liberalização total como parece ser o caso de Évora” (o retorno de professores e alunos está previsto para o início de maio), refere o presidente do Snesup que “pode vir a acontecer que algumas aulas presenciais não se realizem, se for considerado que não existem condições” de segurança. “Se calhar será necessário fazê-lo”, insiste Gonçalo Leite Velho, recordando que muitas universidades vinham alertando para o facto de não terem condições para permitir o regresso, ainda que gradual, dos alunos às aulas presenciais já em maio.

De acordo com o que foi pedido pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, as universidades tinham de entregar até esta quinta-feira os seus planos para o levantamento das restrições adotadas por causa da pandemia de covid-19.