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Coronavírus

Covid-19. Às escuras, autarcas esperam pelo guião do desconfinamento do pequeno comércio

Com o fim anunciado do estado de emergência, os comerciantes de rua aguardam o manual de instruções para reabrirem as suas atividades. Autarcas não foram consultados sobre que medidas cautelares irão ser impostas a quem fica atrás do balcão e à clientela. Todos esperam que se faça luz na quinta-feira

A menos de uma semana da reabertura progressiva das atividades económicas, ainda ninguém sabe, ao certo, como irá funcionar o pequeno comércio, das sapatarias ao oculista, do barbeiro à loja de pronto a vestir. Será permitido experimentar calças e vestidos? Haverá possibilidade de fazer trocas? Como vai ser a 'geometria' para circular entre expositores e vestiários? De máscara ou de viseiras e luvas? E como será regulada a entrada nas lojas a partir de 4 de maio?

São estas e outras as incógnitas ainda em busca de resposta. Todos os olhos estão postos no Conselho de Ministros da próxima quinta-feira, o Dia D do comércio de rua e de milhares de micro empresas, de Norte a Sul do país, que viram as suas vidas suspensas pela pandemia e desesperam pela retoma. “A reabertura é bem vinda, mesmo com restrições”, diz Paulo Cunha, presidente da Câmara de Famalicão, que lembra que o comércio local é das atividades mais expostas à 'mortalidade' súbita.

O autarca social-democrata sublinha que os pequenos comerciantes durante um mês e meio mantiveram a mesma estrutura de despesas, na maioria dos casos sem acesso a linhas de apoio ou empréstimos bancários, e inibidos de irem para lay-off se forem sócios-gerentes. O autarca do PSD defende, por isso, ser essencial que voltem a abrir rapidamente as portas para “terem alguma receita”, lamentando que o Governo não tenha consultado os políticos locais, embora desconheça se o fez através da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). “Nesta crise toda, ao longo de 40 dias, a única notícia que me chegou da ANMP foi um esclarecimento sobre um diploma legal”, garante.