A Boeing registou prejuízos de 641 milhões de dólares (cerca de 590 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2020 e vai despedir 10% dos seus funcionários, o que corresponde a cerca de 16 mil pessoas, na sua maioria do departamento comercial. A empresa anunciou, além disso, que vai diminuir a produção de dois dos seus aviões comerciais.
De acordo com a CNN, Dave Calhoun, presidente executivo da Boeing, justificou a decisão com a “diminuição drástica da procura por viagens aéreas” e o “impacto significativo” que a pandemia de covid-19 está a ter no negócio da empresa, que só nas suas operações principais perdeu 1,7 mil milhões de dólares (cerca de 1,6 mil milhões de euros). Segundo números divulgados pela empresa de análise de dados de viagens e aviação Cirium, dois terços dos aviões de todo o mundo estão parados e a procura diminuiu 90% em todo o setor.
Mas mesmo antes da pandemia, a situação já estava complicada para a Boeing, por causa dos problemas e polémicas em torno do seu modelo de aviões 737 Max. Estes aviões estão proibidos de voar, depois dos dois acidentes em menos de seis meses — em outubro de 2018, na Indonésia, e março de 2019, na Etiópia — que provocaram 346 mortes.
Para fazer face à situação, a Boeing anunciou que vai também diminuir a produção de dois dos seus modelos: o 787 Dreamliner, cuja produção vai passar de 12 por mês para sete, e o 777 (apenas três por mês).