O número de mortos causados pelo novo coronavírus pode ser 60% superior àquela que está a ser registada pelas autoridades de Saúde. A estimativa é avançada esta segunda-feira pelo “Financial Times”, que analisou a evolução da pandemia em 14 países, incluindo Portugal. De acordo com as contas da publicação britânica, nestes Estados as estatísticas da mortalidade - em geral - dão mais 122 mil óbitos do que é habitual, no entanto, contabilizando todas as vítimas mortais da covid-19 nos mesmo países, o total é de 77 mil. Ou seja, há 45 mil mortes por explicar.
Transpondo este modelo para todo o mundo, acrescenta o “Financial Times”, significaria que, em vez de 201 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus, haveria 318 mil.
Os cálculos foram feitos comparando a mortalidade de países como Portugal, Espanha, Bélgica, França e Itália durante os meses de março e abril deste ano com os mesmos meses dos anos entre 2015 e 2019. À exceção da Dinamarca, em todos os Estados em análises, o número de mortes este ano foram francamente superiores aos anos anteriores. No entanto, recorda a publicação, a viabilidade dos dados oficiais da covid-19 estão sempre limitados pela capacidade de cada país em realizar testes e confirmar casos positivos.
No entanto este excesso de mortes pode estar associado a outras causas que não a covid-19 como, por exemplo, o facto das pessoas estarem com medo da pandemia e não procurarem as urgências nem ajuda médica. Ainda assim há uma maior incidência nos países com maior diferença na mortalidade (Itália, Espanha, Reino Unido e Bélgica) e que mais sofrem com pandemia, sugerindo que os factos podem estar relacionados.
De acordo com o Worldometers, estão confirmados em todo o mundo 2.996.616 casos positivos de covid-19 desde o começo da pandemia. Destes, permanecem ativos 1.907.737. Já morreram 207.023 pessoas e 881.856 recuperaram da covid-19. EUA, Espanha e Itália são os países com mais casos totais registados, assim como vítimas mortais.
Texto corrigido às 10h56 de 27/04/2020: por lapso estava escrito "taxa de mortalidade" onde deveria estar "número de mortos"