Coronavírus

Covid-19. Queda na taxa de recuperação, mais curas do que mortes e cada vez menos internados

Número de internados cai há sete dias consecutivos. Doentes em cuidados intensivos também são agora menos. Nas infeções o Norte domina, com uma novidade: Vila Nova de Gaia passou pela primeira vez o Porto

Tiago Miranda

Tem sido a grande tendência de mais uma semana de pandemia em Portugal: à medida que o tempo passa, o número de pessoas que recupera da covid-19 é cada vez maior. E a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, já fez saber que esse valor não é ainda mais elevado porque Portugal segue um “modelo restritivo” na avaliação de recuperados, que implica dois testes negativos num intervalo de 48 horas.

O país tem agora 1.201 recuperados, mais 58 do que tinha na quarta-feira. A taxa de subida é 5,1%, a mais acentuada do dia, ainda que bem abaixo das atualizações anteriores, que levaram Portugal a duplicar o número de recuperados em apenas cinco dias. A boa notícia é que essa curva continua acima da do número de óbitos, que também subiu, 4,46%, para um total que é agora de 820 pessoas.

Das 35 novas mortes a lamentar, 30 deram-se em pessoas com mais de 70 anos. Na verdade, e como foi também referido na conferência de imprensa de quarta-feira por Graça Freitas, a faixa onde a letalidade é mais alta é a que está acima dessa: mais de dois terços do total de mortes no país diz respeito a pessoas acima dos 80 anos.

A diretora-geral da Saúde ainda deu conta de outro número esta quinta-feira: 327 do total de 820 mortes teve origem em lares de idosos. Ainda que reforçando que ser infetado num lar não é uma fatalidade — “a maior parte das pessoas que adoeceram em lares estão hoje curadas” —, Graça Freitas admitiu a vulnerabilidade desta população, por ser “muito idosa”.

No que diz respeito ao género, e ao contrário da tendência inicial, comum também noutros países, agora há mais mulheres entre os óbitos do que homens: 414 e 406, respetivamente.

A cada novo boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), olha-se também para a lotação dos hospitais dedicados à covid-19. E também aí o país apresenta tendências aparentemente positivas — o número de pessoas internadas desce há sete dias consecutivos. Estão agora 1.095 pessoas em internamento hospitalar, menos 51 do que há 24 horas. Também as unidades de cuidados intensivos sofreram novo alívio (é o quinto seguido), ainda que sempre com números mais modestos: três pessoas saíram dos cuidados intensivos nas últimas 24 horas, sobrando agora 204 doentes nessas condições.

No número de infetados, sem surpresa, o Norte do país segue destacado, concentrando mais de 62% dos novos casos. É lá que estão agora 13.382 pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus, de um total nacional que ascendeu para 22.353 doentes.

A taxa de aumento de infetados foi de 1,7%, na linha da que se tem verificado nos últimos dias. Ainda na distribuição regional dos casos, destaque para Vila Nova de Gaia, que superou pela primeira vez o Porto em número de casos. O concelho gaiense regista agora 1.161 casos, só atrás de Lisboa (1.266) e seguido da Invicta (1.099), os únicos concelhos acima dos mil casos. Braga, com 950, e Matosinhos, com 929, não andam longe.

Como tem sido repetido pelas autoridades de saúde, Portugal tem vindo a aumentar a testagem, fazendo-a disparar no mês de abril. Já foram feitos cerca de 302 mil testes, conta o secretário de Estado da Saúde, António Sales, dos quais 193.447 foram negativos. Há ainda 4.048 pessoas à espera do resultado laboratorial.